"Aotearoa", terra da longa nuvem branca, como é conhecida
há mais de mil anos pelos navegadores polinésios. O país é composto de
duas grandes ilhas separadas 68 milhas náuticas por um canal - a do Norte,
com 44.200 milhas quadradas, e a ilha do Sul, com 58.200 milhas quadradas.
A temperatura e o clima são muito similares aos da Argentina, muito frio
no inverno, inclusive nevando na ilha Sul, onde predominam as montanhas
com o seu pico mais alto - o Monte Cook, com 12.349 pés.
Existem no país solo de formação vulcânca e muitas termas
com fontes naturais de água quente, como a que fica junto do grande lago
Taupo, com 234 milhas quadradas de águas cristalinas, no centro da ilha
Norte. Três quartos do solo da Nova Zelândia estão a 650 pés acima do
nível do mar, com lindas montanhas, florestas e campos. A flora e a fauna
são muito diferentes. Um exemplo é o Kiwi, animal símbolo do país, pois só
existe na NZ - uma mistura de galinha com porco espinho, com bico
comprido, cara de simpático, mas muito estranho.
O país cultiva a tradição maori, a Maoritanga (lincado).
O estudo da cultura maori é preservadíssimo. Segundo as pesquisas
históricas/migratórias, os maoris são oriundos da Mongólia, passaram pela
Indonésia, acabaram se fixando na Aotearoa e daí se espalharam para toda a
Polinésia. O fato é que a semelhança do biotipo, seus aspectos
antropológicos, hábitos, costumes e alguns vocábulos são similares e
identificados facilmente do Hawaii às Marquesas, na Polinésia Francesa e
nas Ilhas Cook.
O primeiro europeu a conhecer as ilhas foi o navegador
holandês Abel Tasman, em 1642. Logo após, chegou o famoso explorador
inglês, o capitão Cook que, de 1769 a 1777, explorou e fez o primeiro
levantamento cartográfico da Nova Zelândia. Em 1830, em função da caça às
baleias, iniciou-se a colonização com a fundação da cidade de Russell, na
baía de Kororareka, atual Baía de Russell. Em 1840, após diversas lutas e
guerras entre brancos e maoris, foi assinado o Tratado de Waitangi,
celebrando a paz entre os dois povos.
O sitsema de governo é parlamentar independente, fazendo
parte da comunidade inglesa. A Rainha Elizabeth II é o chefe de Estado,
representada por um governador geral, figura meramente simbólica. O poder,
de fato, está nas mãos do primeiro ministro.
Maoritanga
As tradições do povo maori fazem parte integrante da
cultura do mundo neozelandês. A história da criação do mundo maori é
interessantíssima: 'Ranginui, o pai céu, e Papawanuku, a mãe terra,
tiveram o filho Tane, criador de todas as criaturas e da primeira mulher,
da qual todas descendem'. Existem lendas e histórias fantásticas do povo
maori. Algumas, com o passar dos séculos, foram se ampliando. Como a lenda
de que os maoris são descendentes de Deus e de que seus ancestrais
partiram de Hawaiikii velejando em canoas e cruzaram o Oceano Pacífico -
Te Mona Nui a Kiwa.
Inicialmente, o povo maori, após o Tratado de Waitangi,
ficou restrito a áreas isoladas por sua própria vontade. Com as
miscigenações entre brancos e maoris, o povo foi posteriormente imigrando
para as cidades, onde convivem em igualdade de condições com os Kiwis.
Construíram centros comunitários (Marae) onde preservam sua cultura
(Maoritanga) e exercem um rígido protocolo continuando suas tradições. O
protocolo deve ser observado também pelos europeus e brancos (Pakeha)
dentro do Marae quando o visitam.
A dança típica é o Haka, preparatória para a luta de
jovens guerreiros contra inimigos imaginários. Trata-se de uma dança em
que se nota a elasticidade e o excelente manejo com as clavas e onde a
tradicional careta, expondo toda a língua, tem a intenção de intimidar o
inimigo.
Hoje, os maoris são o maior fenômeno nos jogos de Rugby,
o esporte mais popular da Nova Zelândia, tal qual o futebol no Brasil.
A famosa soprano lady Kiri Tekanawa é descendente maori e
uma das mais expressivas cantoras líricas do mundo. Quando estivemos em
Auckland, assistimos a uma apresentação de lady Tekanawa. Um belíssimo
espetáculo cujo ponto alto foi a canção maori, Home Suite Home, que deixou
a todos os maoris presentes, e a nós também, emocionados.
Na Nova Zelândia, conhecer mais e conviver mais com os
maoris foi uma experiência gratificante e extraordinária e, cada vez mais,
reforçava a nossa idéia de que o povo brasileiro e o maori têm uma
personalidade muito parecida.
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