Chegamos à Tonga no dia 15 de outubro de 1997. Uma viagem 
      tranqüila, com ventos amenos e a genoa em cima todo o tempo.
       
      
      O Reino de Tonga é composto de grupos de ilhas. Os mais 
      importantes são Vava'u, Ha'apai, Nomuka e Tongatapu. Neste último fica
      Nukualofa, a capital do Reino. Nosso destino era Vava'u Group, o último 
      grupo de ilhas, ao norte de Tonga. Para lá, muitos veleiros acorrem após o 
      cruzeiro pela Polinésia. Aliás, é uma opção para a estada na temporada de 
      furacões. Por se tratar de um conjunto de ilhas maiores e mais altas, o 
      local oferece um bom refúgio contra os ventos fortes, que não conseguem 
      adentrar certas baías. Há, inclusive, uma ancoragem de nome Port of
      Refuge, originando um clube de cruzeiristas em Neiaiu, a cidade capital 
      deste grupo.  
      
      A moeda de Tonga é o "pahanga", tão valorizado quanto o 
      dólar. Aqui a vida é muito barata. Aceita-se o dólar americano em todo o 
      comércio e ainda existem dois bancos em Neiaiu que fazem o câmbio. Ainda 
      há o Western Union, que faz a transferência de dinheiro de um país para o 
      outro em questão de minutos.  
      
      A época de veleiros em Vava'u começa no fim de agosto e 
      estende-se até início de novembro, quando decide-se quem vai ficar aí na 
      temporada de furacões e quem vai para Fiji ou Nova Zelândia, onde não há 
      furacões, o comércio náutico é barato, a vida é estável e consegue-se 
      trabalho fácil.  
      
      Em Tonga, visitamos Ha'Apai Group, Tuamotu, onde se pode 
      fazer excelentes mergulhos (Tonga é o paraíso dos polvos), e Nomuka. Entre 
      esta última e Ha'Apai estão duas ilhas bem grandes, sendo uma delas um 
      vulcão extinto cuja cratera tornou-se uma grande lagoa de água doce, onde 
      hidroaviões pousam com turistas vindos da capital. É importante estar 
      "ligado" nesta área junto à Tonga e Fiji, pois existem vulcões submersos 
      que aparecem de uma hora para outra, formando recifes novos que ainda não 
      estão assinalados nas cartas náuticas. No percurso Niue-Vava'u, tivemos a 
      oportunidade de vivenciar um fenômeno desses, ocorrido a mais de trezentas 
      milhas do nosso ponto. O mar começou a mexer; pensamos que fosse baleia, 
      mas quando chegamos em Vava'u, explicaram ter sido um vulcão que entrou em 
      erupção, ao sul de Nomuka.  
      
      É necessário cuidado em Tonga, pois a ilha não é bem 
      sinalizada e existem muitos corais e recifes submersos. Por isso, é 
      fundamental checar as cartas náuticas e as coordenadas do GPS. De Tonga, 
      rumamos para a Nova Zelândia, em maori "Aotearoa" - a terra da longa nuvem 
      branca.